As Galerias Nacionais do Grand Palais celebram pela primeira vez a “9ª arte” com uma exposição retrospectiva “Hergé”, organizada em colaboração com o Museu Hergé de Louvain-la-Neuve, perto de Bruxelas, que mostra como esta obra desenhada, internacionalmente conhecida, se constrói e se inscreve na sua época e na história da arte.
Georges Remi antes de ser Hergé
Nascido e criado na Bélgica, ele se alimenta desde pequeno de cinema e descobre a estética do preto e branco nas telonas. Ele se deleita de romances de aventura e de histórias ilustradas. Ele mesmo descobre a paixão pelo desenho e atinge excelência como contador de histórias. Esse autodidata, curioso sobre tudo a sua volta, rapidamente conseguiu atingir a fama com suas ilustrações publicadas desde a adolescência na imprensa católica belga. A publicação das aventuras de Tintin no jornal Le Petit Vingtième a partir de 10 de janeiro de 1929 constitui uma verdadeira mudança. Sem nem se dar conta, Hergé começa uma fabulosa carreira de autor, desenhista e cenarista virtuoso.
A arte de Hergé
O que distingue a arte de Hergé de tantos outros desenhistas de histórias em quadrinhos é sua extraordinária capacidade de recriar a realidade de uma forma inventiva, porém tão familiar, que o leitor consegue se projetar nesse universo tão real mas tão imaginário ao mesmo tempo. A exposição é o momento de desvendar a dinâmica criativa de Hergé, o desenhista que usa de todos os meios que ele dispõe e nunca se limita a apenas uma arte para inspiração. A exposição é apresentada no formato de um percurso que leva o espectador a explorar temas tão variados quanto a família de Hergé, os artistas presentes na sua infância que influenciaram seu desenvolvimento artístico, o nascimento de Tintin e as descobertas tecnológicas que pontuam a vida do jovem repórter.